O empreendedor "Rei António do Peixe Seco" que actua no mercado retalhista diz que semanalmente consome mil toneladas de sal ionizado para o processamento de cerca de cinco mil toneladas de peixe variado.
A margem , da Expo-Mulher que encerrou domingo, na Baía de Luanda, António Agostinho da Rocha, como é conhecido, no mercado, disse que, no que toca ao pescado fresco, semanalmente processa cerca de mil a cinco mil toneladas, dependentemente do tamanho do peixe e de 500 a mil toneladas de sal, o que requer muitos gastos para apostar no sector e abastecer o mercado com produtos de qualidade.
O grosso do pescado fresco para o processamento e secagem, segundo António da Rocha é adquirido no Porto de Luanda, na Interpesca, CEFOPESCA, mercado do Asa Branca e nas províncias de Benguela e Namibe (Lucira).
Para aumentar o volume do negócio, o empreendedor necessita de apoio das instituições bancárias para a compra de embarcação e outros meios de captura de pescado para a redução dos custos.
Com os fundos próprios, o empreendedor criou a sua empresa e emprega 10 funcionários directos e mais de 20 indirectos que sobrevivem do processamento de tratamento de pescado.
António Rocha tem no seu programa a construção definitiva de uma estrutura para a empresa, já que o pescado é feito numa área reservada na sua residência.
Quanto aos preços, o comerciante diz que o peixe mais caro é a garoupa, seguido da sofia, pungo, corvina branca e preta e por último o carapau e a sardinha.
Explica, que, no caso da garoupa fresca, o quilo ronda os três mil kwanzas e o seco sai a 5 mil e 500 kwanzas.
"Porque, um quilo de peixe fresco quando é transformado em seco passa a pesar apenas meio quilo e o mesmo acontece se for 20 quilos de peixe fresco quando seco pesando apenas 10 quilos" justificou.
Na Expo-Mulher, o Rei do Peixe Seco, como também é tratado, escalou 5 mil toneladas de peixe diverso e mais 10 mil que estava reservado, totalizando 15 mil toneladas.
O empreendedor realçou que investiu cerca de 5 milhões de kwanzas com uma previsão de lucro de cerca de dois milhões e quinhentos.
"É nos lucros onde retiro o dinheiro para pagar os funcionários e comprar os utensílios necessários para o novo processamento", disse.
Um outro factor importante foi a sua participação na Feira Internacional de Luanda (FILDA), onde foi premiado na altura, pelos resultados positivos alcançados devido ao tratamento que tem feito.
Com 20 anos de carreira, o Rei do Peixe Seco começou a vender o peixe em 2002, num carro de mão e à medida que foi progredindo passou a comercializar num Kupapata onde vendeu durante 10 anos. As vendas tiveram início em Luanda, e a posteriori passou para Catete, Icolo e Bengo onde reside actualmente.