O Ministério do Turismo lançou, nesta segunda-feira, em Luanda, a campanha de mobilização de fundos “Raízes Reconectadas”, com uma meta de arrecadar, numa primeira fase, 500 mil dólares para o desenvolvimento e promoção do município de Massangano.
A campanha tem uma duração de seis meses, com os valores canalizados para a revalorização da importância histórica da localidade (160.000), geração de empregos (200.000), emponderamento das mulheres e jovens (80.000) e conservação da biodiversidade (60.000).
A acção parte da visão integrada do Governo e parceiros estratégicos de transformar Massangano e o Corredor do Kwanza em referências de património cultural afro-descendente, apoiando, em simultâneo, iniciativas que criem valores económicos e sociais para as comunidades locais, como ajuda às pequenas e médias empresas de turismo, promoção de projectos de eco e agro-turismo, entre outras acções.
O ministro do Turismo realçou que a história de Massangano é comprovada, sendo que mais da metade do total de escravos que saíram de África para a Europa e a América é originária de Angola. Segundo Márcio Daniel, hoje países como o Ghana, Benin e Senegal fazem milhares de dólares em receitas turísticas, com milhares de visitas anualmente e geração de muitos postos de emprego.
O governante assegurou que o Executivo implementou um conjunto de iniciativas que, num futuro próximo, vão trazer resultados positivos, como a construção de uma estrada que liga o ponto de intersecção da Estrada Nacional 120 ao Centro Histórico de Massangano, numa extensão de cerca de 20 quilómetros. A via vai permitir a redução das actuais cerca de duas horas que se leva deste ponto até ao Centro Histórico de Massangano para cerca 20 minutos.
Destacam-se ainda, se-gundo o ministro, a empreitada de reparação do Forte de Massangano, num investimento de 12 milhões de dólares, que vai permitir requalificar o importante símbolo do passado histórico que a região representava.
O ministro deu a conhecer, igualmente, o Projecto do Corredor do Kwanza, em curso, que permite recordar o percurso que liga a região de Massangano até à ligação ao Oceano Atlântico e que transportou milhares de escravos até aos pontos de partida como o Museu da Escravatura, a Sul de Luanda.