O emblemático Palácio Imperial de Shenyang, na República Popular da China, constou, nesta quarta-feira, 10, do roteiro de visita da delegação de profissionais da Comunicação Social angolana, que participa num seminário de intercâmbio desde o início deste mês.
Localizado no coração da cidade de Shenyang, província de Liaoning, o palácio é um dos mais importantes marcos históricos da China, que foi a sede do Governo dos primeiros imperadores da Dinastia "Qing" e também a residência dos imperadores Nurhaci e Huang Taiji, durante o período pré-invasão de 1625 a 1644.
Trajectória marcante
Logo à entrada do Palácio Imperial de Shenyang, a arquitectura é marcada pela antiguidade e uma mistura de cores peculiares que impressionou os profissionais angolanos, incluindo funcionários dos Ministérios das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, bem como turistas locais, que se deslocaram ao recinto para ver de perto a história, a arte, os valores e uma rica cultura deste país do continente asiático.
Guiados por uma das responsáveis pela recepção de turistas que prestava as informações em inglês, os quadros angolanos ficaram impressionados com a beleza, cujo ambiente foi marcado com olhares atentos, admiração, registos fotográficos, vídeos e comentários à medida que se aproximavam dos vários compartimentos que compõe o Palácio Imperial de Shenyang, infra-estrutura totalmente restaurada e que consta da lista do Património Mundial da UNESCO desde 2004.
Uma das novidades que prendeu, igualmente, a atenção, sobretudo dos profissionais angolanos, foi ver e registar com imagens e vídeos as jovens e crianças vestidas com os uniformes tradicionais de Hanfu, com realce para as cores preta e vermelha.
Além da alimentação, os turistas nacionais e estrangeiros podem comprar objectos (lembranças) comercializados no local a preços que variam entre 15, 30 e 85 yuan (moeda chinesa).
Neste particular, uma fonte revelou que estas vestimentas representam diferentes dinastias. Por exemplo, os trajes de cor preta têm um estilo mais próximo da cultura Tang e Song, enquanto a vermelha espelha a dinastia Qing.
Por outro lado, nesta infra-estrutura antiga, mas com um forte simbolismo para os cidadãos chineses e que lembram os filmes do famoso actor chinês Jack Chan, os jornalistas angolanos tiveram a oportunidade, também, de conhecer o valor histórico e Contemporâneo da arte e culturas da antiguidade da China.
Mais de 100 mil peças arquivadas
O complexo é dividido em três secções, nomeadamente Leste, Centro e Oeste, refletindo uma fusão de estilos Han, Manchu e Mongol.
Dados indicam que o espaço acolhe mais de 100 mil peças, com realce para a Espada de Nurhaci com inscrições auspiciosas, que simbolizando o poder militar, Cadeira de Chifres de Cervo de Huang Taiji, Prancha de Alarme Tianming, a enciclopédia dos Quatro Tesouros, uma cópia completa armazenada na Torre Wensv, destacando a erudição da corte Qing, entre outros importantes objectos da época.
As três fases histórica do palácio
Neste contexto, a história do Palácio pode ser dividida em três fases, sendo a primeira refere-se à fundação e Construção Inicial (1625-1626). Em 1625, Nurhaci transferiu a capital dos Jin Posteriores de Liaoyang para Shenyang e iniciou a construção do palácio. Após sua morte em 1626, Huang Taiji continuou a expansão do complexo.
Já a segunda fase incluiu durante o reinado de Huang Taiji, as estruturas centrais foram completadas, incluindo o Dazheng Dian (Salão da Grande Política) no lado leste, o Qingning Gong (Palácio da Rainha) no centro, e o Phoenix Tower (Torre Fênix). Em 1636, Huang Taiji proclamou oficialmente a dinastia Qing no Qingzheng Dian, marcando a transformação do palácio em sede imperial.
A terceira e última fase está ligada à expansão e mudanças ocorridas após 1644. Além disso, depois da transferência da capital para Pequim em 1644, o palácio tornou-se a "Cidade Acessória" para visitas imperiais.
Num movimento frenético, a visita ao palácio, que foi realizada no âmbito do Seminário para Profissionais de Imprensa e Media Angolana, durou aproximadamente duas horas, e se resumiu numa imersão histórica de uma das dinastias mais duradouras da China.
O seminário de capacitação, que vai decorrer que iniciou no dia 2 e termina a 20 dese mês, resulta de uma parceria entre a Embaixada da China em Angola e o Ministério das Relações Exteriores, através da Direcção Ásia e Oceania, enquadrando-se no reforço da cooperação bilateral entre Angola e a China.
As sessões temáticas e debates estão a ser conduzidas pelo Centro de Educação e Formação da Administração de Publicações em Línguas Estrangeiras da China, uma instituição de referência fundada em 1964 e directamente subordinada à Administração de Publicações em Línguas Estrangeiras da China.