Para fazer face ao actual contexto socioeconómico, algumas superfícies comerciais instaladas no mercado angolano, com realce para a capital do país, optaram por disponibilizar além dos tradicionais cabazes de Natal, “menus” com a produção nacional.
Numa ronda efectuada pelos principais supermercados de Luanda foi possível constatar que os cabazes custam entre 8.500 e 7,3 milhões de kwanzas. Constatou-se, igualmente, que este ano 40 por cento dos produtos que compõem o cabaz é de produção nacional.
Nas lojas da rede comercial "Maxi” há nas montras cabazes com produtos nacionais e importados da marca Alimo, cujos preços vão de 50 a 250 mil kwanzas.
Nos hipermercados da rede Candando, o cabaz tradicional de bebidas e alimentação está a ser comercializado por 11.999 kwanzas, com alguns itens da cesta básica. O cabaz de selecções secos a 40 mil.
Há ainda o cabaz "Gourmet” de 2 a 295 mil, e o "Premium” a 299 mil kwanzas. O mais caro dos cabazes é o "Gourment 1”, que está a ser comercializado por 425 mil kwanzas.
A rede de supermercados Kero caprichou na ementa e disponibilizou cabazes com preços entre 8.500 kwanzas, com produtos da cesta básica, e 715 mil para um público mais abastado. Nesta rede estão a ser comercializados os cabazes "Premium” e "Platina” com o custo de 42.000 e 84 mil kwanzas.
A caixa do Rubis está a 15.900 kwanzas. Também é possível encontrar cabazes com produtos nacionais com preços que vão desde 15 a 185 mil kwanzas.
Mais opções
Na Shoprite, os preços variam de 8.500 a 69.999 kwanzas. O cabaz Hamper Luxury custa 69.999, Clássico (49.999), Standard (29.999) e a cesta básica (8.500). No Alimenta Angola, há apenas um cabaz, o "Ouro”, que está a ser vendido por 12.000 kwanzas.
Nesta quadra festiva, o cabaz mais caro está a ser comercializado na rede de supermercados Mega-África ao preço de 7,3 milhões de kwanzas.
Este ano, o operador propõe a mesma oferta comparativamente ao ano anterior, onde o cabaz é 100 por cento constituído por produtos nacionais.
Diversificação
Tal como aconteceu em 2022, este ano, o supermercado "Jumbo”, um dos mais antigos de Luanda, tem disponíveis cabazes de Natal no valor de 15 mil, bem como de 599 mil kwanzas. A Maxi optou por cartões com um plafond de até 250 mil kwanzas, e também com a venda opcional de cabazes feitos com produtos nacionais e importados, deixando ao cliente a escolha.
No Kero, por exemplo, é possível encontrar cabazes com produtos nacionais com preços desde 25 mil a 185 mil kwanzas.
Já o Candando foi mais comedido e contra os 425 mil kwanzas de 2022, este ano optou por um cabaz de no máximo 119.999 kwanzas.
Produtos nacionais ajudam a poupar dinheiro
Milhares de pessoas acorrem para os principais supermercados e mercados informais para fazer um cabaz e ter a família reunida no dia 25 de Dezembro, apesar dos apertos financeiros.
O Jornal de Angola galgou o interior dos maiores supermercados de Luanda e notou o habitual corre-corre de clientes que normalmente se assiste nesta fase do ano. As senhoras dominam o cenário das compras, mas as enchentes são reduzidas se comparadas aos anos anteriores. Maria Dombele é uma das várias mulheres a fazer compras nos supermercados. O seu único receio é não satisfazer as suas intenções, face à subida dos preços e o escasso dinheiro em mãos.
"Esta é a altura para as compras, mas a poupança é a palavra de ordem para todos”, realçou depois de acrescentar que "mudam os tempos e os costumes, sendo que cada um quer fazer um cabaz à sua medida”.
Antecipação
Pedro Palena pôs em prática a velha máxima: um homem prevenido vale por dois. Para "escapar” à especulação dos preços, antecipou as compras, tendo optado pela produção nacional.
O mercado do KM 30 foi o local escolhido, tendo comprado bacalhau nacional, carne bovina, suína, verduras e bebidas para o consumo. Ao todo disse ter gasto 350 mil kwanzas.
"Por agora, tenho tudo em casa”. Conta ter ido ao supermercado apenas para comprar alguns produtos que no mercado informal é escasso.
"Está a ser hábito que quando se aproxima a quadra festiva aumentarem os preços. Muitos comerciantes aumentam o preço sem justificação e hoje por hoje a melhor opção para o cabaz é criar a sua própria ideia com os produtos de produção nacional”, recomenda.
Carlota Daniel disse estar retraída devido ao baixo poder de compra e à subida dos preços de alguns alimentos.
Contou que muitas pessoas preferem obter os principais produtos da cesta básica nos mercados informais do KM 30, em Viana, e Katinton. Eunice da Pina contou que comprou corvina branca ao preço de 9.000 kwanzas o quilo, e a preta está a ser vendida a 7 mil. O bacalhau nacional custa aproximadamente 7.000 kwanzas o quilo. Já uma perna de porco de aproximadamente 5 quilos custa 8.000 kwanzas, enquanto que a de vaca está a ser vendida ao preço de 45.000.