Os nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) discutiram, neste domingo, no Dubai, sobre as fontes inovadoras de financiamento para a acção climática.

No Pavilhão de Angola, na XXVIII edição da Conferência das Partes - COP28, o tema central foi sobre "Troca de experiências dos países lusófonos com troca de dívida por acção climática, blue & green bonds, REDD+ e instrumentos de mercado de carbono”.

De acordo com o comunicado produzido, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, os resultados da acção climática podem ser melhorados através das actividades de cooperação do Núcleo Lusófono.

Trata-se de uma iniciativa de partilha de conhecimento, que envolve esforços de desenvolvimento sustentável dos nove Estados-membros da CPLP, para combater as mudanças globais do clima desde 2016, no âmbito da UNFCCC e do Acordo de Paris.

Uma das principais características do Núcleo Lusófono é que a língua de trabalho é sempre o português.

O grupo é apoiado pelo Ministério Federal da Saúde, Segurança da Cadeia Alimentar e Ambiente da Bélgica, bem como do Ministério Federal do Ambiente, Protecção da Natureza e Segurança Nuclear (BMU), no âmbito da PATPA e pela Iniciativa de Formação de Capacidades em Transparência (CBIT) e Programa de Apoio Global (GSP), que são financiados pelo Global Environmental Facility (GEF) e implementados em conjunto pela ONU Ambiente (UNEP), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Climate Promise do PNUD e Projecto ECT.

Desde a sua criação, o Núcleo Lusófono realiza eventos de treinamento e capacitação envolvendo mais de 1470 participantes, além de traduções para português de materiais, documentos oficiais, relatórios e manuais ligados ao tema da mudança global do clima.

As partes avançaram como vantagem o facto de o português estar entre as cinco línguas mais faladas no mundo, abrangendo uma população de cerca de 250 milhões de pessoas.

"É uma tradição do Núcleo Lusófono realizar a cada COP o evento oficial”, justificam.

Participaram autoridades governamentais, pontos focais nacionais, parceiros convidados e partes interessadas dos membros da CPLP de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Foram oradores do PNUD Global, Letícia Guimarães, pelo Governo da Bélgica, Adriaan Tass, do Instituto Camões de Portugal, Miguel Galante, pelo Governo de Cabo Verde, Alexandre N. Rodrigues, e o pesquisador da PUC Minas & Assessor do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, José DG Miguez.

Na sua apresentação, o representante de Cabo Verde, Alexandre Rodrigues, disse que o seu país encoraja o investimento contínuo em tecnologias renováveis e práticas sustentáveis.

Destacou a importância de países amigos aderirem à troca da dívida com Cabo Verde

. COP28 encerra amanhã no Dubai

A vigésima oitava edição da Conferência das Partes - COP28 encerra amanhã, na Expo City, Dubai.

Esta edição dos Emirados Árabes Unidos, apesar de alguma evolução nas discussões, também está longe de consensos, sobretudo porque de um lado os Estados Unidos e aliados puxam para a adopção da resolução sobre o fim da era do petróleo, enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) puxa em sentido oposto.

Um dos avanços notáveis foi a criação do Fundo contra Danos e Perdas, com já vários países a contribuírem.

A COP28 iniciou a 30 de Novembro e encerra amanhã, 12 de Dezembro. São mais de 160 países, acima de 90 mil participantes e mobilizados mais de mil milhões de dólares em fundos e acordos de financiamento.

Angola está presente na COP28 com uma missão permanente do Ministério do Ambiente, mas no Dubai esteve também o Presidente da República. João Lourenço discursou na Cimeira de Líderes e dirigiu vários encontros na condição de Presidente em Exercício da SADC - Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.