A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social considera fundamental que os postos de trabalho criados no sector industrial sejam preenchidos com recursos assentes na força capacitada localmente.

Teresa Rodrigues Dias lançou o repto às empresas e às instituições, com vocação para a formação de quadros, a acelerarem o processo de actualização dos planos curriculares, de formação técnica de formadores, assim como a certificação internacional dos formadores e das próprias instituições.

O MAPTSS, garantiu, vai continuar a desenvolver acções no sentido de reforçar a modernização das unidades formativas do Sistema Nacional de Formação Profissional, adequando as práticas pedagógicas e formativas às exigências do mercado de trabalho, permitindo uma maior aproximação entre o mundo do trabalho e os sistemas de ensino e aprendizagem. "Para tal, esperamos contar com a participação do sector privado, pois, desta forma estaremos a contribuir de forma decisiva para maior eficácia e eficiência dos processos”, apelou.

Actualmente, destacou, estão em funcionamento uma rede de 161 centros de formação profissional espalhados pelo país, incluindo o Centro Integrado de Formação Tecnológica do Huambo (CINFOTEC), na província do Huambo, a ser inaugurado brevemente, que dispõe de equipamentos e meios à altura dos desafios do ramo da Indústria.

Para a ministra, que na sexta-feira passada procedeu a abertura do 1º Seminário sobre Soldadura Industrial, a implementação de formações semelhantes é parte da estratégia do Executivo de apostar mais no sector industrial, com realce à área petrolífera. "É um processo que passa essencialmente pela elevação do nível técnico e profissional do capital humano nacional para estar à altura das exigências do mercado”.

Na área de soldadura, avançou, há uma oferta formativa de grande qualidade nas províncias de Luanda, Bengo, Huíla e Lunda-Sul, que podem ser o ponto de partida para o processo de reconhecimento dos referidos cursos.

Projectos

A ministra informou que recentemente o MAPTSS iniciou a implementação do Sistema Nacional de Qualificações com a institucionalização do Instituto Nacional de Qualificações, estando, desde já, disponíveis oito qualificações elaboradas, uma na área de Metalomecânica, um suporte essencial à indústria.

Teresa Rodrigues Dias perspectiva que do 1º seminário sobre soldadura industrial resultem indicações para elevação do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional ao restrito clube de entidades certificadoras, a fim de facilitar os demais actores que queiram ministrar a formação profissional neste domínio.

A governante almeja ainda que, com a realização do seminário, organizado pelo MAPTSS e o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, seja possível haver um maior alinhamento entre as empresas públicas, privadas e os Centros de Formação Profissional, na adopção de estratégias para a inserção de jovens angolanos no sector Industrial, por via da formação profissional de qualidade e alinhadas com as melhores práticas internacionais.

Entre as metas, anunciou, constam ainda a descoberta de estratégias para expandir e modernizar os centros de formação profissional, dotar os mesmos de formadores altamente qualificados, bem como estabelecer parcerias com as instituições certificadoras.

No domínio da especialidade de Soldadura, a ministra defende a acreditação internacional dos centros e a contextualização dos processos deste trabalho, tendo em conta as exigências do mercado actual.

Além disso, para a titular, é fundamental reconhecer e valorizar a mão-de-obra na área de soldadura, através de processos de certificação dos diferentes aprendizados, como factor de desenvolvimento da indústria angolana.

Acordo entre parceiros

Durante o seminário foram assinados vários memorandos de entendimento entre o Instituto Nacional de Petróleos e o Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica com a Metalomecânica de Portugal, o Instituto Sul-Africano de Soldadura, o Centro de Certificações, Homologações e Reconhecimentos (ISQ Academy), Centro Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC), Centro de Formação Marítima de Angola e a empresa de prestação de serviços nos sectores de petróleo e gás.

Os acordos são compromissos entre os institutos angolanos e parceiros internacionais que visam apoiar o processo de certificação, a formação de formadores e o planeamento curricular, a nível das instituições nacionais.

A intenção dos parceiros é trabalharem num programa de acção que vai resultar na acreditação das instituições angolanas, para que os formandos possam ter reconhecimento internacional e trabalhem em plataformas internacionais com as devidas autorizações, sem restrições de acesso.

Em quase todos os centros profissionais são ministradas formações que ainda carecem de reconhecimento internacional e estes protocolos surgem para colmatar isso, bem como dar suporte nessa transição.