O Projecto de Garantia de Abastecimento de Água do Bita, situado no distrito de Vila Flor, em Luanda, está parado devido à uma necessidade de alteração do contrato com uma das empresas fornecedoras de tubos, facto que levou a um moroso procedimento administrativo e negocial com o Banco Mundial - entidade financiadora.
Nessa altura, todo o im-passe administrativo e contratual já foi ultrapassado, mas aguarda-se, agora, que o Banco Mundial (BM) possa, finalmente, decretar a efectividade do projecto – orçado em 500 milhões de dólares.
Essa informação foi prestada, ontem, pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, no fim do acto de tomada de posse do novo Conselho de Administração da Empresa Pública de Águas (EPAL).
Segundo João Baptista Borges, "houve a necessidade de se celebrar uma adenda ao contrato e tudo isso levou tempo, porque o tratamento administrativo dessas questões requer sempre autorizações e alguma negociação com o BM”.
O ministro acredita que, uma vez superado o embaraço, o projecto venha a seguir o curso normal nos próximos meses, tendo em conta que o prazo de execução previsto é de três anos.
O projecto Bita, segundo o ministro, consiste na construção de um sistema de captação de água na parte Sul de Luanda, na zona do Bita Tanque, que vai permitir adicionar cerca de 250 mil metros cúbicos de água a Luanda.
Na ocasião, disse,também, que existem outros projectos similares ao Bita, que visam a melhoria da captação e tratamento de água para Luanda como o "Quilonga”, que vai permitir adicionar a mesma quantidade de água (250 mil metros cúbicos).
Existe, igualmente, o projecto do Candelabro, em conclusão, e do Cassaque. O primeiro vai reforçar o abastecimento de água à parte Norte de Luanda - Sequele, Mulenvos, Cazenga, Grafanil, áreas sujeitas a muitas restrições. O segundo será para a captação de água bruta.
De acordo com o ministro, são grandes projectos de água estruturais que a EPAL vê o problema do abastecimento de água à Luanda melhorado de forma gradual, uma vez que a execução desses projectos requer tempo e dinheiros que precisam ser mobilizados.
Na óptica do ministro, neste momento a solução para Luanda requer um grande reforço a nível da captação e tratamento de água.
O acordo de financiamento do Projecto de Garantia de Abastecimento de Água de Luanda Bita foi assinado a 13 Julho de 2021, em Luanda, pela ministra das Finanças Vera Daves Costa (Angola) e pelo director regional do Banco Mundial para Angola, Jean Christoph Carret.
Este projecto prevê melhorar o serviço de água canalizada a pelo menos um milhão de pessoas, nos cinturões urbanos e peri-urbanos do Sul de Luanda, em rápido crescimento e sem serviços, com capacidade para servir até dois milhões de pessoas nos próximos anos. O plano compreende sistema de captação de água, de adução e armazenamento e rede de distribuição.