Angola foi incluída, nesta sexta-feira, no mapa mundial das Reservas da Biosfera da UNESCO, com o reconhecimento da Reserva da Quiçama, abrangendo uma área de 33.160 quilómetros quadrados, entre a foz do Rio Longa até ao ponto final da Ilha de Luanda.
Anunciado durante a 37.ª Sessão do Conselho Coordenador Internacional do Programa “O Homem e a Biosfera” da UNESCO, realizado em Hangzhou, na China, a Reserva da Biosfera Quiçama engloba ecossistemas de elevada importância ecológica e biológica, como Complexo Mussulo Cuanza e Cabo Ledo e do Longa e outras zonas de elevada sensibilidade ecológica como mangais, lagoas, áreas de nidificação de aves e tartarugas marinhas (como as ilhas Cazanga e da Reserva Natural e Integral Ilhéu dos Pássaros) e abriga ainda espécies emblemáticas da fauna e flora angolana, incluindo Manatim africano e o Elefante da savana.
O secretário de Estado do Ambiente, Iury Santos, que chefiou a delegação angolana, realçou que, o facto de a conquista ter sido alcançada no ano em que Angola celebra os 50 anos da Independência, reforça o compromisso do país com a gestão sustentável dos recursos naturais e com a valorização do conhecimento tradicional das comunidades que vivem em harmonia com o ambiente.
Angola passa, assim, a integrar uma rede internacional composta por mais de 700 Reservas de Biosfera, de 150 países. “Esta integração representa o reconhecimento internacional do compromisso do país na protecção da biodiversidade, na promoção do conhecimento científico e no fortalecimento das comunidades locais, alinhados aos objectivos dos programas da UNESCO”, referiu, sublinhando que as biosferas são espaços dedicados à promoção de soluções inovadoras que conciliam conservação ambiental, o desenvolvimento socioeconómico e a investigação científica.
Criado pela UNESCO em 1971, o Programa “Homem e a Biosfera” promovem uma abordagem científica e participativa para melhorar a relação entre as populações e o ambiente. As Reservas da Biosfera funcionam como “laboratórios vivos”, incentivando práticas de gestão sustentável e a cooperação internacional em prol da conservação da natureza e do desenvolvimento sustentável.
À semelhança de Redes UNESCO noutras áreas esta rede procura contribuir para uma maior partilha de experiências, boas práticas e saberes, adquiridos na gestão das reservas da biosfera e que visam o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura, assim como o desenvolvimento sustentável da economia local.
As reservas da biosfera são definidas pela UNESCO como laboratórios vivos, onde se desenvolvem como funções principais, a conservação de paisagens, ecossistemas e espécies, o desenvolvimento sustentável a nível social, económico, cultural e ecológico. Actuam como plataformas de investigação, monitorização, educação e sensibilização, visando sempre a partilha de informação e de experiência adquirida.