O Governo angolano, por intermédio do Instituto Nacional de Luta contra a Sida (INLS), lançou nesta terça-feira uma campanha nacional de combate às hepatites virais, consideradas actualmente um grave problema de saúde pública e uma das principais causas de doenças hepáticas crónicas no país.
Durante o acto de abertura, o Director-Geral Adjunto do INLS destacou a importância da campanha para a promoção da saúde e sensibilização da população sobre os riscos e formas de prevenção das hepatites, em especial a hepatite B (HBV).
Segundo o responsável, a infecção pelo vírus da hepatite B é uma doença curável, desde que diagnosticada precocemente, o que aumenta significativamente as possibilidades de tratamento eficaz.
Na ocasião, o médico José Van-Dúnem recordou que, em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimava que cerca de 253 milhões de pessoas viviam cronicamente infectadas com hepatite B em todo o mundo, das quais 63% estavam localizadas na África, no Pacífico Ocidental e na região asiática.
Dados mais recentes, recolhidos em Angola por meio do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS 2023-2024), indicam que o país apresenta uma elevada prevalência da doença. A taxa de infecção pelo vírus da hepatite B é de 21%, superando largamente a do VIH, que se situa nos 1,6%. O estudo indica ainda que a prevalência entre os homens é de 23%, enquanto entre as mulheres é de 17%.
Sob o lema "Vamos Eliminar as Hepatites", a campanha apela à intensificação dos esforços de prevenção e à implementação urgente de acções integradas e inclusivas. O objectivo é garantir o acesso universal à informação, diagnóstico e tratamento, reduzindo assim o número de novas infecções.
Durante o evento, especialistas convidados abordaram diversos aspectos da doença, desde a prevenção e diagnóstico até às formas de tratamento disponíveis no país.