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IMPORTAÇÃO DE CARNE DE FRANGO CONSTITUI UM FACTOR DE OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO DOS EMPRESÁRIOS DO RAMO

  11 Oct 2024

IMPORTAÇÃO DE CARNE DE FRANGO CONSTITUI UM FACTOR DE OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO DOS EMPRESÁRIOS DO RAMO

A actual importação de carne de frango e que custa ao país 170 milhões de dólares/ano com a sua aquisição no exterior deve ser vista pelos empresários do ramo como um factor de oportunidade de negócio, por via da criação de condições para auto-suficiência na produção nacional.

Na reunião, realizada, nesta segunda-feira, em Luanda, com a Associação Nacional de Avicultores (ANAVI) e filiados de diferentes zonas do país, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, reconheceu que os números actuais confirmam a redução das importações como consequência do aumento da oferta interna.

Todavia, disse José de Lima Massano, deve-se produzir ainda mais porque,no exercício passado, já foram tomadas um conjunto de medidas para estimular a produção e no orçamento em vigor constam outros instrumentos de apoio.

"Ainda assim, contrariamente às nossas expectativas, assiste-se a um crescimento, mas que do lado do Governo entende-se que poderia ser mais acentuado”, disse o ministro de Estado.

O exercício que reuniu ministro de Estado para a Coordenação Económica com os produtores associados do sector Avícola visou identificar soluções imediatas de aumento da oferta de frangos e ovos.

Soluções indicadas

O secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Bartolomeu da Cunha, disse, no final do encontro, que o Governo chamou a ANAVI para passar em revista o sector e encontrar soluções às dificuldades vividas, nos últimos anos, pelos produtores desse ramo agrícola.

Uma das questões levantadas pelos avicultores foi a da dificuldade de aquisição de matéria-prima para a obtenção de ração.

Nesse sentido, explicou o secretário de Estado, constatou-se que o país tem capacidade instalada para produzir frango e ovo sem recurso à importação. Concluiu-se a existência de défice de disponibilidade de grãos (milho e soja) para a produção de ração.

Nesse capítulo, o encontro decidiu, para durante um curto período de tempo, ser autorizada a importação de milho e soja, de modos a ser transformada no país. Relativamente à importação de serração, esta possibilidade foi descartada, porquanto há capacidade interna para o efeito.

O Governo entende que face à existência de esforços e políticas de promoção à produção nacional de grãos e para não criar roturas na dinâmica já vivida, o Executivo assume a missão de promover maior interacção entre os produtores de grãos (milho e soja) e os avicultores. A ideia é serem estabelecidos contratos de compra dirigida, permitindo que, com clientes identificados, exista uma maior aposta na produção dos referidos grãos, e isso podendo os produtores recorrerem para já aos vários programas e instrumentos de financiamento criados pelo Governo.

João da Cunha indicou o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e mesmo o Fundo Angolano de Capital de Risco (FACRA) como exemplos de iniciativas do Governo para o financiamento e promoção do fomento da produção interna.

"Os fundos do Governo, o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e muitos outros bancos têm estado a financiar a produção nacional. Acreditamos que ao existir uma maior interacção entre os diversos actores vai ser possível aumentar, substancialmente, ainda a curto e médio prazo a capacidade de produção de grãos no país”, disse.

Aquisição de insumos

Um dado realçado por João da Cunha é o de o país ter adquirido já de forma antecipada insumos para apoiar o ano agrícola.

Por esse facto, pelas províncias, afirmou, estão já distribuídas 40 mil toneladas de fertilizantes o referido objectivo.

Deverão chegar, muito brevemente, acrescentou o secretário de Estado, mais 250 mil toneladas de fertilizantes, o que vai permitir que a sua maior disponibilidade resulte numa maior produção de grãos pelo país inteiro.

No plano do Governo consta ainda a melhoria da divulgação de informação em relação aos preços e pontos de produção, para permitir que o mercado tenha acesso a dados fiáveis sobre onde e com quanto comprar os grãos disponíveis.

Nova Fumetal vai produzir moagens

O empresário e director-geral da Nova Fumetal, Jamir Baptista, sublinhou que a empresa está pronta para fomentar a produção interna de moagens.

A partir da província de Benguela, onde está fixada, Jamir Baptista veio a Luanda para assegurar que a Nova Fumetal está pronta para garantir a produção interna de matadouros/abatedores de frangos sem recurso ao exterior.

"A componente do frango não está só ligada à temática do milho e da soja. Há um problema muito sério que tem que ver com os matadouros ou abatedores e as indústrias de transformação. Nessa reunião, recebemos a garantia do executivo que Indústrias como a Nova Fumetal de Benguela serão apoiadas de forma determinante para que consigam aumentar a sua capacidade de produção de fábricas de ração e matadouros modulares feitas em Angola”, disse.

Jamir Baptista afirmou que a trabalhar deste modo, o Governo vai garantir o funcionamento normal e pleno da cadeia da produção do frango, pois ter-se-á,assegurada,a produção de milho e soja, e a componente industrial para dar a garantia de um produto aceitável e com as condições essenciais para se ir aos supermer- cados com qualidade.

"A integração que faltava noutrora passa, deste modo, a funcionar. Há um sincronismo entre o Governo e os produtores e isso na perspectiva de continuidade e de redução gradual da importação”, afirmou.

ANAVI garante mais 10 mil toneladas numa primeira fase

A Associação Nacional de Avicultores (ANAVI) deu, segunda-feira, em Luanda, garantias ao Governo de que caso se concretize a medida de aumento da oferta (produção nacional e importados) de grãos (milho e soja), no curto prazo, o sector pode garantir até mais 10 mil toneladas de carne de frango de produção nacional.

A afirmação é do presidente de direcção da ANAVI, Rui Santos.

O número representa um passo inicial ante o desafio de se perseguir a cifra de 300 mil toneladas tidas como quantidade do consumo interno, das quais a produção interna responde a pouco mais de 16 por cento,ou seja, 50 mil toneladas.

Segundo o líder dos avicultores, há sete anos, existiam no,país, 120 produtores avícolas catalogados e que neste momento se está a fazer um recenseamento parauma nova apuração dos reais produtores angolanos de frangos e ovos.

"Angola importa grande parte da necessidade de frango de carne e isso apesar das condições existentes. Na nossa reunião com o Governo ficou expresso que há vontade e nisso o próprio executivo prontificou-se a dar solução a preocupação exposta pelos avicultores sobre a impossibilidade de produção efectiva de frango com os actuais custos dos insumos, propriamente ração (milho e soja). O compromisso foi o de ultrapassar-se os custos de mercado com os produtos, com o compromisso de os produtores, rapidamente, superarem as actuais importações”, disse.

Rui Santos fez saber que 80 por cento dos pequenos e médios avicultores cadastrados pela ANAVI, por dificuldades de acesso às divisas para aquisição de insumos, encerrou as portas e o objectivo, atendendo as garantias do Governo, é de recuperar essa franja necessária ao pleno funcionamento o sector.

Entre as linhas de prioridades definidas, o presidente de direcção da ANAVI assumiu que a recuperação dos aviários paralisados vai assegurar a retoma gradual dos níveis de produção nacional do frango e dos ovos.

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