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NOVA BASE NAVAL E CENTRO DE VIGILÂNCIA MARÍTIMA REFORÇAM A CAPACIDADE DA MARINHA DE GUERRA

  10 Jul 2023

NOVA BASE NAVAL E CENTRO DE VIGILÂNCIA MARÍTIMA REFORÇAM A CAPACIDADE DA MARINHA DE GUERRA

O Presidente da República, João Lourenço, chega, esta segunda-feira, ao municipio do Soyo, onde vai inaugurar a Base Naval da Região Norte da Marinha de Guerra Angolana. A inauguração coincide com as comemorações do 47º aniversário da institucionalização deste ramo das Forças Armadas Angolanas (FAA), a assinalar-se hoje (10 de Julho).

\Desde domingo, a cidade petrolífera regista um movimento frenético de pessoas provenientes de distintas zonas da província, ávidas de receber e desejar boas-vindas ao mais alto mandatário da Nação. De acordo com o programa enviado ao Jornal de Angola, à chegada, o Presidente da República vai manter um breve encontro com o governador Adriano Mendes de Carvalho, de quem vai receber informações sobre a actual situação sócio-económica do Zaire.

O programa prevê, igualmente, um encontro com os ministros de Estado e chefe da Casa Militar, Francisco Furtado, da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade”, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), Altino dos Santos, e comandante-geral da Marinha de Guerra, Valentim Alberto António.

A requalificação e modernização da Base Naval do Soyo acontece na sequência do reforço, pelo Executivo, da capacidade operacional da Marinha de Guerra Angolana, dotando-a de meios navais e infra-estruturas capazes de assegurar uma maior prontidão combativa, vigilância marítima e a defesa da soberania das águas nacionais.

Entre as várias valências, a infra-estrutura, construída em obediência aos padrões internacionais de qualidade, possui um centro de vigilância marítima, comando das esquadrilhas, escolas, um cais com três pontes de acostagem, bem como gabinetes e alojamentos para os marinheiros, sargentos, oficiais subalternos e oficiais superiores.

O projecto contemplou, ainda, a reabilitação do antigo comando da região, assim como do edifício do Estado-Maior e de uma enfermaria. A antiga Base Naval, constituída na maioria por infra-estruturas construídas nas décadas de 60 e 70, já se revelava inadequada, para o acolhimento condigno dos efectivos deste ramo das Forças Armadas Angolanas.

Reacções da sociedade civil

As reacções em torno da requalificação da Base Naval não se fizeram esperar, tendo em conta a importância, quer do ponto de vista estratégico, com a garantia da segurança nacional, quer do sócio-económico.

O economista Sabino Conceição considerou importante a modernização e o reforço da capacidade operacional da Base Naval da Região Norte da Marinha de Guerra Angolana no Soyo, pelo facto de o actual contexto internacional, resultante do processo de globalização trazer consigo riscos e ameaças transnacionais de elevada complexidade, tendo como eleição a via marítima para a prática de actividades económicas ilícitas, que lesam os interesses económicos do Estado.

"A modernização da Marinha de Guerra Angolana vai permitir aprimorar e monitorar a mobilidade de pessoas e bens nesta região marítima do país”, disse, referindo que esta Base Naval tem, ainda, maior importância pelo facto de a localidade estar, também, circundada pelo rio Zaire, o segundo maior de África, depois do Nilo, no Egipto, com uma extensão, de nascente à foz, de cerca de 4.700 quilómetros, um caudal médio de 41.800 metros cúbicos e uma bacia hidrográfica de 3.600 kms quadrados.

Sabino Conceição destacou, igualmente, a quantidade de riqueza produzida na extensão marítima do Soyo, como é o caso dos mais importantes blocos petrolíferos ali existentes que, como frisou, representam a maior contribuição, em termos de Produto Interno Bruto (PIB) em Angola.

\O economista também realçou que a pesca ilegal, o contrabando de combustível e a imigração clandestina, são situações lesivas aos interesses económicos e a própria segurança do Estado, as quais deverão ser mitigadas com a entrada em funcionamento do Centro Nacional de Segurança Marítima nos próximos tempos, que terá em conta a legislação económica vigente, quer para o sector petrolífero e piscatório, quer de mobilidade de pessoas e bens, em cooperação com a comunidade marítima internacional.

Já o pastor da Igreja Cristã de Aliança em Angola (ICAA), Benjamim Bakala, considerou a infra-estrutura um grande ganho para a região e ao país, em geral, na perspectiva de se garantir a protecção necessária das fronteiras marítimas e fluviais nacionais, por servirem de entrada e saída de pessoas e bens.

Por sua vez, o soba Miguel André louvou a determinação do Executivo ao requalificar e modernizar a Base Naval, uma imponente infra-estrutura castrense, que "vai mudar para o positivo a imagem da própria cidade do Soyo, para o gáudio dos habitantes”.

"Temos uma vasta fronteira fluvial, através do rio Zaire, com a RDC, onde existem cerca de 137 canais. Com a modernização e reforço da capacidade operacional da Marinha de Guerra, vai ser possível ter o controlo dos diversos canais, utilizados pelos imigrantes ilegais e contrabandistas de combustível”, observou a autoridade tradicional.

Metamorfoses no desenvolvimento sócio-económico

Um dos seis municípios do Zaire mais conhecidos, por conta da exploração do crude, quer no mar, quer em terra, Soyo, recebe, hoje, a visita por algumas horas do Presidente da República, João Lourenço. Registou algumas metamorfoses de realce do ponto de vista do desenvolvimento sócio-económico, fruto da execução de projectos no domínio da Educação, Saúde e Energia Eléctrica, pelo Governo.

Mas ainda assim, persiste o clamor dos habitantes por melhoria e aumento dos serviços sociais básicos, com destaque para a distribuição de água potável e das vias de acesso às distintas localidades do interior do município.

Entre as acções de âmbito social executadas e em curso na sede municipal do Soyo, destaca-se a requalificação das ruas em alguns bairros periféricos, construção de valas de drenagem das águas pluviais, colocação e reparação de postos de iluminação pública.

Numa recente entrevista à Rádio Nacional de Angola, por ocasião dos 49 anos desde a ascensão da vila à categoria de cidade, em 1974, o administrador municipal do Soyo, José Mendes Belo, disse estar ciente dos problemas dos habitantes, mas sublinhou que a resolução depende, também, da participação do cidadão, que deve ter esperança na acção administrativa.

"Hoje, espera-se que o munícipe seja mais participativo, por ser uma das partes essenciais na administração da própria cidade. Não podemos esperar que seja a Administração, o Governo a fazer tudo”, lembrou, considerando importante os membros do pelouro procurarem garantir o bem-estar das populações.

Uma das grandes preocupações dos habitantes, particularmente da juventude, é o défice habitacional. Sobre este assunto, José Mendes Belo disse, na ocasião, estar em marcha um projecto para a divisão de mais de dois mil lotes de terreno a serem colocados à disposição dos cidadãos, principalmente aos jovens, que pretendem realizar o sonho da casa própria.

"Nos próximos dias, iremos anunciar a efectivação do projecto. Devemos trabalhar cada vez mais para garantir o bem-estar social das populações”, frisou.

Em relação à reduzida capacidade de distribuição de água potável, um problema que se vai agudizando, cada vez mais, com o crescimento demográfico, o administrador municipal informou que o Governo Provincial está a concertar medidas com o Ministério de tutela, para, em breve, melhorar a situação.

"O actual sistema de água para o Soyo foi concebido para 50 mil habitantes e hoje estamos próximos dos 300 mil habitantes”, lembrou, frisando que está previsto o início das obras da construção da centralidade, condicionado com a desminagem do terreno.

O dirigente manifestou ainda optimismo quanto ao futuro do município, tendo em conta a existência de vários projectos, que vão proporcionar outro alento à vida dos habitantes, entre os quais a Refinaria e o Complexo Industrial de Fertilizantes.

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