O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, defendeu, esta terça-feira, mais divulgação dos serviços de meteorologia, de modo a contribuir para o alerta e prevenção dos males causados pelas alterações climáticas.
Mário Oliveira falava durante o seminário sobre os serviços climáticos da região da SADC, que teve início na segunda-feira e termina no próximo sábado, e no qual participam especialistas e pesquisadores do clima de vários países do continente,assim como da Europa, nomeadamente Inglaterra, Portugal e Suíça.
O ministro destacou que o Governo angolano reconhece a vulnerabilidade do país em relação às alterações climáticas, e está ciente dos impactos que já sofreu, designadamente inundações, secas, erosão de solos e aumento do nível do mar, considerados como os principais efeitos.
O actual momento, ressaltou, apresenta fenómenos metereológicos extremos que se multiplicam, recordando que as alterações climáticas não conhecem fronteiras, daí, disse, ter surgido a necessidade de reunir os países membros da SADC para o lançamento, ontem, do Programa de Serviços Climáticos e Aplicativos Relacionados (ClimSA), que vai contemplar 15 países da região, numa monitorização da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O objectivo do programa ClimSA da SADC, esclareceu, é o de contribuir para a adaptação dos países membros às alterações climáticas, fornecendo serviços de previsão e informação, com base científica, aos processos de planeamento nacionais e regionais. Isso, de acordo com o ministro, implica o reforço da cadeia de valor dos serviços climáticos, através do desenvolvimento das capacidades dos decisores a todos os níveis, para utilizarem eficazmente a informação e os serviços climáticos.
Mário Oliveira realçou que Angola foi seleccionada como País Focal pelos Estados-membros, em Setembro de 2021, para a implementação de um conjunto de actividades que impulsionam o desenvolvimento e a demonstração de uma cadeia nacional de produção de serviços climáticos, obedecendo às políticas e programas nacionais.
Aquecimento global
O ministro alertou que as consequências do aquecimento global continuam a ser incertas, defendendo, por isso, que os países da região não se devem isentar desta preocupação, pois os pesquisadores apontam para problemas sérios para as gerações futuras.
Mário Oliveira referiu que a criação de canais de comunicação e processos de envolvimento com as instituições nacionais, assim como a sensibilização e início da implementação técnica das actividades de cada país são os principais objectivos do encontro de Luanda, uma iniciativa do Centro de Serviços Climáticos, em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Angola (INAMET).
O encontro serve, também, de preparação da Cimeira dos Chefes de Estado da SADC, na qual Angola vai assumir a presidência rotativa. "Como tal, aumentam as responsabilidades em matérias de interesse político, económico e centífico da região”, ressaltou o ministro, manifestando o compromisso de Angola de dar o melhor de si no sentido de trabalhar com os países da região na preservação do ambiente, proporcionando o bem-estar e prosperidade para os cidadãos.
Vantagens do ClimSA
O director do INAMET, João Afonso, explicou que o programa ClimSA é uma iniciativa da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) e da União Europeia.
O gestor considera importante o investimento do 11º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), que tem como objectivo fortalecer a cadeia de valor dos serviços climáticos dos 79 membros da OEACP, desde o acesso à informação, geração e prestação de serviços climáticos, até ao engajamento e capacidade dos usuários para garantir a utilização desses serviços.
Na qualidade de país focal, referiu, Angola tem a responsabilidade de acomodar os principais equipamentos do programa ClimSA e garantir o acesso remoto aos mesmos, por parte de todos os Estados-membros da região da SADC, após a instalação, assim como albergar o evento de lançamento oficial, realizado terça-feira.